Pode me contar um pouco da sua trajetória no design?
Eu caí de paraquedas no mundo do design porque meu objetivo quando estudei Publicidade era ser redatora. Amo escrever, mas minha trajetória na faculdade acabou toda voltada para a comunicação visual.
Tive um estágio na Oficina de Criação da UFPA que realmente abriu meus olhos pro design gráfico. Lá criamos identidades visuais e projetos editoriais para a universidade e toda a comunidade ao redor.
Em paralelo sempre me envolvi com performances e danças urbanas, fiz cursos e participei de companhias e grupos por toda Belém. Isso me fez perceber que sempre gostei de arte urbana, seja dançada ou desenhada.
Em 2017 conheci a Ballroom e isso mudou minha vida. A Ballroom é uma cultura feita por e para pessoas trans, pretas e periféricas. Construí um ótimo networking quando perceberam que além de dançar, eu também fazia projetos gráficos. Na época, construí uma identidade para o Vogue Fever, maior evento da cultura na América Latina que rolava em Belo Horizonte, e aí percebi que conseguia conectar todas as minhas áreas de interesse.
Quando terminei a faculdade trabalhei na Secretaria de Comunicação do Estado do Pará, onde consegui atrelar o design à cultura regional. Ter nascido no norte do país me deu um background referencial muito cultural.
Na pandemia, acabei conhecendo muita gente mostrando meu trabalho virtualmente e isso me abriu portas para trabalhar em São Paulo com a SOKO.CX e atualmente com a Agência PROS.
Mesmo nesse mundo da publicidade, tenho um pé em projetos independentes, principalmente para o cenário da música paraense, trabalhando no Festival Psica e para diversos outros artistas.